A revolta é real e os adeptos não estão a brincar. Catorze claques de clubes que vão disputar a Taça da Liga anunciaram um boicote à competição, numa decisão que abala o futebol português a uma semana do início dos quartos de final. O motivo? O novo formato da prova e a intenção de levar os jogos para fora de Portugal.

Em um comunicado conjunto, esses grupos de adeptos manifestaram a sua indignação com a direção da Liga, que introduziu mudanças que só favorecem os seis primeiros classificados da Primeira Liga e os dois melhores da Segunda Divisão. No entanto, a gota de água foi a ideia de realizar a Taça em “solo estrangeiro”, uma decisão que os adeptos consideram uma traição.

“Se não aconteceu já nesta época, foi apenas porque não houve interesse suficiente ou dinheiro envolvido para levar os jogos para fora”, denunciaram as claques, que não pouparam críticas ao que chamaram de “retórica e marketing vazio” da Liga. O descontentamento é claro: sentem que os adeptos, o coração pulsante do futebol, estão a ser ignorados.

Num gesto raro de união, grupos ultras de diferentes clubes – entre eles Nacional, Sporting, Moreirense, FC Porto, Santa Clara, Vitória de Guimarães e SC Braga – colocaram as suas rivalidades de lado para lutar por uma causa comum: a defesa de um futebol que respeite quem vive e respira o desporto mais amado do mundo.

Esta mobilização é mais do que uma simples crítica ao modelo da Taça da Liga. É um alerta de que a liberdade e a dignidade dos adeptos estão sob ataque. É hora de união e resistência, afirmam os adeptos, num movimento que promete fazer ecoar as suas vozes nos estádios e fora deles.